quinta-feira, outubro 04, 2007

AS PRIORIDADES DA NOSSA COMUNICAÇÃO SOCIAL...



(Sub-título enganador: Luís F. SCOLARI - U. E. F. A. reduz pena aplicada ao seleccionador nacional!…)


No dia em que o Prof. Sucena Paiva (um especialista nacional em Energia) nos vem explicar que uma Linha de Muito Alta Tensão (L. M. A. T.) não se pode fechar “por dá cá aquela palha”, o mundo informativo e todos os cafés e táxis do nosso portugalito vibram de excitação com este tipo de notícias sobre as últimas da “justiça desportiva”...

E, todavia, esta história triste da L. M. A. T. mais famosa do País, localizada entre Tires e Trajouce, merece bem mais atenção por parte da opinião pública portuguesa! Em primeiro lugar, porque quase ninguém sabe o que são ou como se traçam estas infra-estruturas; em segundo lugar, porque elas são muitíssimo dispendiosas e, em terceiro lugar, porque se calhar um dia irão desaparecer, dado o enorme perigo que se supõe poderem constituir para a nossa saúde!

Só para despertar a curiosidade a quem se interesse, dou aqui algumas pistas sobre aquilo que os jornalistas deveriam começar por informar sobre este caso:

- Por que razão uma L. M. A. T. é traçada e construída em condições de poder vir a ser declarada ilegal por um Tribunal (note-se, e não por um qualquer, mas pelo Supremo Tribunal Administrativo!)?

- Quais os responsáveis por esta situação, que é suposto ser evitada mediante o escrupuloso cumprimento dos Planos Directores Municipais?

- O que falhou então em Sintra? Ou na “Rede Eléctrica Nacional”?

- E quais serão as consequências para os responsáveis/culpados (?) por uma situação como esta?

- O que será feito para evitar que se repita este tipo de desperdício de dinheiros públicos (que acontecerá caso a Linha tenha de ser desactivada)?

Hoje já ouvi que (ao menos...) o Bloco de Esquerda vai estudar e, eventualmente, propor a aprovação de “legislação” que "aperte o cerco" à implantação de Linhas Eléctricas de Muito Alta Tensão. Pois é, casa roubada, trancas à porta (aliás, apenas encomendadas, por enquanto, e a longo prazo…).

Mas ainda não ouvi foi ninguém da C. M. de Sintra, ou do Ministério responsável pela “R. E. N.”, esclarecer uma de duas coisas:

1ª) Por que razão foi construída uma L. M. A. T. onde não deveria sê-lo (violou o P. D. M.? Estará este mal feito?...);

2ª) Por que razão foram edificadas construções, nomeadamente casas, onde estava prevista (?) uma infra-estrutura com o impacte de uma L. M. A. T.?

É que já cansa ouvir apenas a impotência da Presidente da Junta de Freguesia do Monte Abraão e, muito mais, a prepotência inqualificável do responsável (?) máximo da “R. E. N.” – que trata a sentença do Tribunal mais elevado do País nesta matéria como se de uma mera condenação em primeira instância se tratasse – e, por outro lado, já ensurdece o silêncio de quem deve saber muuuito bem onde se tramou todo este imbróglio, mas está confiante de que ninguém lhe irá bater à porta, de microfone aprestado (e quase aposto que esse alguém está ainda, ou já terá estado, num qualquer “cantinho sossegado” da C. M. de Sintra…)!