segunda-feira, julho 16, 2007

PARABÉNS, DONA ABSTENÇÃO!



E BOA SORTE, Presidente Ant.º Costa...
O Povo lisboeta "chacinou" ontem as candidaturas partidárias convencionais, de mais do que uma maneira:

1ª) Envergonhou-as a todas (e ao próprio Presidente da República que, não o esqueçamos, faz parte e é mesmo o TOPO deste "sistema"), com um «recorde» de abstenção;

2ª) Deu uma vitória bastante folgada ao P. S., mas bem longe da maioria absoluta;

3ª) Humilhou o principal Partido da Oposição com um desonroso terceiro lugar, ATRÁS da candidatura independente dissidente desse mesmo Partido (e apesar das conhecidas e notórias fragilidades dessa candidatura);

4ª) Ridicularizou todos os esforços do segundo maior Partido da Oposição, relegando-o para um banalíssimo quinto lugar, mais do que subalterno para uma força política que se pretende "popular" e que já governou a Cidade, ainda para mais ATRÁS de uma outra Candidatura independente, esta sim sem qualquer tradição na Cidade (a de Helena Roseta);

5ª) Baniu (de vez, como em Oeiras?) o PP da Câmara de Lisboa, a maior Câmara de Portugal e cuja Presidência já deteve, anos a fio (como, aliás, também em Oeiras!)!

6ª) Não demonstrou um mínimo sinal de especial apreço por José Sá Fernandes e pelo B. E., relativamente ignorados no meio disto tudo, apesar do seu reconhecido papel-chave na Câmara anterior e, sobretudo, ao longo de todo o processo "político-legal" que acabou por desembocar nas próprias eleições intercalares!

Pois é. "Procuram-se explicações para tudo isto", diz o Prof. Vital Moreira no seu "bolgue" «causa-nossa.blogspot.com»...


A meu ver, apesar da "lamechice" subserviente da comunicação social "convencional", tentando por todas as formas ignorar ou suavizar este evidente DESCALABRO SEM PRECEDENTES para TODOS os Partidos parlamentares, a grande verdade é que, como diria hoje Jorge Sampaio (se fosse coerente e corajoso), "HÁ MAIS DEMOCRACIA EM PORTUGAL PARA ALÉM DOS PARTIDOS!" e é bom que eles se apercebam disso enquanto ainda podem aprender alguma coisa com os sinais dos tempos presentes e, a partir deles, tentar urgentemente REGENERAR-SE, pois são ainda, apesar de tudo, indispensáveis à nossa Democracia.

Mas é a partir de hoje indesmentível que o serão CADA VEZ MENOS se não conseguirem acompanhá-la, à Democracia, na sua natural EVOLUÇÃO!

Tudo isto encerra, igualmente, lições para outros temas importantes da actualidade política, como por exemplo o da Regionalização: o estrondoso SUCESSO das candidaturas independentes em Lisboa prova que É POSSÍVEL DESCENTRALIZAR E "LOCALIZAR" AS TEMÁTICAS E OS ACTORES POLÍTICOS, nem que para isso tenha que se procurar "alimento" FORA DOS PARTIDOS CONVENCIONAIS!

E então, se esta tendência (que, saliente-se, já vem das últimas autárquicas) se consolidar, chegar-se-á fatalmente a um ponto em que a própria posição destes Partidos sobre a Regionalização PODERÁ MESMO TORNAR-SE MENOSPREZÁVEL face à emergência de uma nova consciência cívica, associada a uma nova geração de ELEITORES E CIDADÃOS ACTIVOS E EMPENHADOS!

Assim, a maior lição destas intercalares lisboetas será talvez esta: ESTÁ A CHEGAR O TEMPO DE TODOS OS "CIDADÃOS PELO PAÍS", não só por Lisboa, se organizarem e PASSAREM À ACÇÃO POLÍTICA concreta, confrontando os Partidos tradicionais NOS SEUS PRÓPRIOS TERRENOS, como agora sucedeu em Lisboa!...

Se os Partidos não acordarem a tempo, assistiremos a muitos e muitos mais Carmonas, Rosetas e Isaltinos a perfilarem-se no horizonte, dispostos a protagonizarem a REGIONALIZAÇÃO!...

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