quarta-feira, maio 02, 2007

AMBIENTE E DIREITOS DO CONSUMIDOR...


… NA «RÁDIO EUROPA-LISBOA»


Subordinada à temática em título, Helena Matos tem uma crónica regular nesta ainda pouco conhecida estação de rádio (que, tanto quanto sei, apenas é possível ouvir em Lisboa, sendo aliás a herdeira da extinta «Rádio Paris–Lisboa»). Numa das suas crónicas recentes entendeu formular duras críticas ao Movimento Cívico “Regiões, Sim!”, o que à partida, só por si, não mereceria este meu artigo.
Acontece, porém, que nessa crónica utilizou “argumentos” de tal modo inaceitáveis, não só contra a criação deste Movimento, como sobretudo contra a Regionalização, que não resisto a partilhá-lhos com os leitores deste blogue que não tenham podido ouvir. A certa altura da sua crónica, Helena Matos, que suponho seja jornalista de profissão, menosprezou o facto de a Regionalização ser um imperativo constitucional com esta expressão verdadeiramente antológica: “ (…) há muita coisa que também está na Constituição e que nunca se cumpriu, e ainda bem!”. É a sua opinião, livre como todas, mas que me abstenho de qualificar – cada um fará o seu próprio julgamento.
Mas o pior foi quando resvalou, descontraidamente, para uma quase total ignorância sobre o assunto: com Helena Matos, aprendemos que a Regionalização será, afinal, um mero "prolongamento de uma infinidade de organismos e instituições que já temos”, como as CCDR’s, as Direcções Regionais e Distritais dos vários Ministérios, etc., e que apenas terá como consequência “um natural aumento da burocracia”, que é coisa que, “evidentemente, ninguém deseja…”.
Como se pode ver, para quem pouco ou nada soubesse sobre este assunto, foram inestimáveis os “bons serviços” que esta rádio (que até tem bastante qualidade musical, diga-se de passagem), em tão poucos minutos, terá prestado ao esclarecimento da opinião pública portuguesa!...
Sem pretensões a tentar colmatar as evidentes e alargadas insuficiências de conhecimentos da Autora sobre o tema que, levianamente, elegeu para esta sua crónica, apenas lhe endereço daqui um prudente conselho, extensível aliás aos responsáveis desta rádio tão “nominalmente” europeia: experimentem tentar publicar uma crónica assim, na rádio ou noutro meio de informação, num qualquer País europeu dos “27”, porque não até a própria França (grande parte dos programas desta rádio são emitidos em língua francesa), que seguramente serão tomados por estranhas e exóticas criaturas, portadoras de uma linguagem indecifrável e provindas de um tempo julgado já extinto, como o dos dinossauros (mas que, infelizmente e sem que muitos europeus o saibam, continua bem vivo em Portugal…)!
E, já agora, interpretem esta minha crítica apenas como o contributo de um ouvinte assíduo para a melhoria do ambiente (intelectual) em Portugal e para a defesa dos direitos dos consumidores
de Rádio!
António das Neves Castanho.