terça-feira, setembro 15, 2009

MALHAS QUE O NOSSO SISTEMA ELEITORAL TECE

A fazer fé nas sondagens conhecidas, que dão uma situação caracterizada como de "empate técnico" entre os dois maiores Partidos, pode acontecer que um ganhe as Eleições, ou seja, tenha mais votos do que o outro, mas perca as Legislativas, isto é, tenha (apesar disso) MENOS DEPUTADOS do que o outro!


Como é isto possível? Apenas por via da distorção à proporcionalidade, introduzida no nosso sistema pela sub-divisão do universo eleitoral em círculos (não, a culpa NÃO é do método de Hondt!)!


Se tal acontecer, como irão os meios de comunicação lidar com este assunto? E qual será a atitude de Cavaco Silva?


O mesmo pode acontecer perante outros tipos de "empate técnico": pode, por exemplo, o B. E. ter mais votos do que a C. D. U. e ter, apesar disso, menos Deputados. Ou vice-versa!


Situações que dificilmente ocorreriam no caso de se extinguirem os círculos eleitorais, ou se reduzisse drasticamente o seu número: poderiam, naturalmente, ser apenas cinco, como as futuras Regiões. Nesse caso, a proporcionalidade seria muito mais rigorosa.


Talvez seja uma boa altura para dar início a esta evidente melhoria no nosso sistema eleitoral para a Assembleia da República...

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2 Comments:

Blogger zé da burra o alentejano said...

As sondagens dão uma indicação de voto aos eleitores quando anunciam previamente as percentagens de voto previstas para quem deverá ficar em 1º, 2º, 3º ou 4º lugares, o que influencia o resultado da votação, sempre no sentido das sondagens, pois uma boa parte do eleitorado acaba por ser induzido a escolher apenas de entre os partidos que são apontados nas sondagens como ficando em 1º ou 2º lugares. Trata-se de uma tendência desportiva, onde ou se ganha ou se perde. Só por isso as sondagens deveriam ser proibidas e são-no em alguns países. Além disso, estão a tornar-se suspeitas de serem mal feitas ou pouco sérias porque se enganam sistematicamente a favor dos grandes partidos. No final, apesar de tudo, os pequenos partidos acabam por ter sempre mais votantes do que os indicados nas sondagens.

Na política não é como no desporto, pois quem fica em 2º, 3º ou 4º lugares também acaba por influenciar o poder. Apenas não têm qualquer influência a abstenção, os votos brancos ou os dados a partidos que não chegam a eleger representantes para a assembleia. Também é muito diferente ganhar com maioria absoluta ou relativa, pois se a maioria for relativa o partido ganhador terá que procurar fazer uma coligação ou governar sem ela e na dependência do voto parlamentar. Em qualquer dos casos há que ter em conta outras políticas e outras sensibilidades. Por vezes é essa a única solução e é a democracia que fica a ganhar nestes casos.

Os grandes partidos são alvos de cobiça de interesses particulares que os apoiam esperando receber compensações em retorno quando aqueles forem poder e mais fácil será o retorno se tiverem uma maioria absoluta, por isso um povo politicamente esclarecido deve fugir sempre de dar maiorias absolutas a quem quer que seja, embora todos os partidos as peçam.
Os 2 super partidos contam já com a vitória de um deles. Vamos mudar isso e votar nos pequenos partidos, nos que têm expressão eleitoral ou estão à beira de eleger o seu 1º deputado. Ganham a democracia, a justiça e a valorização da Assembleia da República (para onde vamos votar) e perdem a arrogância e a corrupção.

9:51 da manhã  
Blogger Ant.º das Neves Castanho said...

Desculpe lá, mas vamos todos votar em que nos der na realíssima gana, ó zé da burra!


Este meu texto é sobre o sistema eleitoral, assunto relativamente ao qual o seu comentário é completamente omisso...

4:02 da tarde  

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